segunda-feira, 28 de janeiro de 2013

Fórum-Cidadania Participativa. Utopia ou Realidade?


Durante este dia tanta coisa foi dita, tantas frases, tantas palavras… e parafraseando António Nóvoa no 10 de Junho: "As palavras não mudam a realidade. Mas ajudam-nos a pensar, a conversar, a tomar consciência. E a consciência, essa sim, pode mudar a realidade.”
É pois com a consciência de que podemos efetivamente mudar a realidade, que poderemos responder agora à pergunta “Cidadania Participativa. Utopia ou Realidade?” A que conclusão chegámos então?
Nós, que estivemos hoje aqui somos uma realidade, e o que é afinal a utopia? De Zeca Afonso um excerto do seu poema Utopia:
“Cidade
Sem muros nem ameias
Gente igual por dentro
Gente igual por fora
Onde a folha da palma
afaga a cantaria
Cidade do homem
Não do lobo, mas irmão
Capital da alegria”…
Não é no fundo o que cada um almeja para a sua terra, para a sua cidade, para o seu país? Pois Utopia é efetivamente algo que por mais que caminhemos nunca conseguiremos alcançar, mas que nos faz caminhar, que nos faz perseguir ideais e convicções. Caminhando pois com persistência, com ética, com respeito, sem conformismo e com a certeza de que a sociedade pode ser diferente, pode ser melhor e nós Cidadãos podemos dar corpo a essa Realidade, unindo esforços, tomando atitudes firmes, sem medos nem constrangimentos, porque como afirma Adriano Moreira: “O Poder da palavra tem que ser mais forte do que a palavra do poder!”
A AMAI ao organizar este Fórum, para além de querer promover uma discussão à volta da cidadania, que nunca é demais fomentar e não pretendendo renegar a importância dos partidos políticos numa democracia, na convicção de que a mesma democracia não se pode esgotar nos partidos políticos, conscientes pois da importância, da urgência e oportunidade de uma maior intervenção cívica dos cidadãos na vida política nacional, pretendemos, hoje aqui, exaltar a importância da Cidadania Ativa, bem como a força dos Grupos de Cidadãos organizados e da sua atuação na vida do país e de um modo especial no poder autárquico.
A consciência de que é possível mudar o todo pelas partes, deve estar presente nos cidadãos que se propõem mudar as suas terras, contribuindo assim para mudar Portugal.
Perante a revolta pela forma como os partidos conduzem o interesse nacional e pela desilusão na representação dos cidadãos no Parlamento, conscientes da desigualdade com que os Grupos de Cidadãos são tratados nas eleições autárquicas face aos partidos políticos, exigimos por todos os meios e junto da Comissão Nacional de Eleições e Tribunal de Contas a igualdade de acesso de todas as candidaturas no processo eleitoral autárquico. O facto de ser um ato eleitoral onde o cidadão pode representar-se e aos seus pares, implica igualdade de tratamento. Conscientes pois da importância e da força que podemos ter no país, devemos ser o meio primeiro para forçar uma nova intermediação da vontade política, através da participação de candidaturas independentes nas listas destes e de outros atos eleitorais, e da modificação do sistema eleitoral para que a representação partidária seja moralizada, representativa e colocada ao serviço do povo.
As conclusões oficiais deste Fórum serão compiladas por um grupo de trabalho aqui formado e serão dadas a conhecer a todos os intervenientes, bem como às entidades oficiais e comunicação social.
Cabe-me agora agradecer em primeiro lugar ao ISCAC pela cedência desta magnifica sala e dos meios que colocou ao nosso dispor, aos Minidesigners que criaram a tão bem concebida imagem do Fórum, agradecer a disponibilidade e o espirito exemplar de cidadãos ativos dos nossos ilustres convidados especiais, Dr. Adelino Maltez, Dr. Paulo Teixeira de Morais, Dr.ª Joana Amaral Dias e Engenheiro Bingre do Amaral, o nosso reconhecido apreço.
Agradecemos também aos 13 Movimentos e Grupos de Cidadãos aqui representados e a todos e a cada um dos Cidadãos que dedicaram o seu sábado a mais uma jornada de cidadania.










Hoje foi apenas mais um passo, neste caminho longo que se tem que fazer caminhando. Caminhemos pois retirando as pedras do caminho, com esperança, com sonho, porque esse ninguém nos pode roubar, e tem que continuar a comandar a Vida!

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